Por Pascoal Gugliemi (Professor da YCON)
Entenda porque esse tipo de atitude está cada vez mais em alta e veja porque isso é importante para a sociedade no geral.
Atualmente, calcula-se que o déficit de habitações brasileiras seja de 5,6 milhões, o que resulta no aumento das moradias irregulares, as populares favelas. Esse tipo de residência, normalmente sem fiação autorizada, sem saneamento básico e com o acesso dificultado traz muitos riscos para a população que reside lá. Alguns dos perigos são:
-Riscos de desabamento, uma vez que essas casas se localizam em áreas de risco como barrancos ou encostas de morros, com grandes chances de se haver um deslizamento de terra, aumentando a chance de vítimas fatais.
– Possibilidade de despejo, como as moradias são ilegais e não possuem CEP ou escritura, os moradores correm o risco de perderem suas casas a todo momento. Fora que a falta de um comprovante de residência também gera na falta de um emprego com carteira assinada, o que impossibilita essas pessoas de mudar de residência.
– Risco maior de doenças, que ocorrem sempre após as chuvas, pois com poucos lugares para a água escorrer e sem saneamento básico, os moradores ficam mais propícios a doenças como a dengue, desinterias, entre outras.
Mas por que esse tipo de ocupação ocorre e qual é a importância de se urbanizar esses espaços, melhorando não só a qualidade de vida dos moradores bem como diminuindo os riscos, seja de deslizamentos, doenças ocasionadas pela falta de saneamento básico, entre outras coisas?
A formação das favelas tem relação histórica com dois fatores, a urbanização e a industrialização. Isso ocorreu por conta da mecanização dos campos agrícolas e do surgimento de indústrias nos grandes centros urbanos, causando o êxodo rural.
Porém, as cidades não conseguiram absorver esse fenômeno, não tendo empregos suficientes para todos, o que deixou muitas pessoas sem renda e sem a possibilidade de comprar ou alugar uma casa nos grandes, tendo como alternativa, ocupar as áreas periféricas, sejam elas governamentais ou privadas.
A urbanização e a regulamentação dessas áreas são muito importantes, tendo em vista que programas desse tipo realizados pelo governo, como o Favela-Bairro, do Rio de Janeiro, é algo para se ter como referência, uma vez que o projeto se manteve em pauta mesmo após cinco mandatos de orientações políticas diferentes.
Realizar essa urbanização é pensar no desenvolvimento do país como um todo, uma vez que esses moradores, antes sem acesso ao tratamento de esgoto, uma moradia digna, sem correr riscos de despejo e com um endereço próprio, utilizando dos serviços sociais (água tratada, luz, IPTU…), irão contribuir para que isso ocorra, gastando menos recursos da saúde, menos recursos para realizar as desapropriações e conseguindo contribuir com o pagamento de impostos, que se bem utilizados, só irão aumentar a renda do país, gerando maiores possibilidades de investimentos e crescimento econômico.